domingo, 28 de fevereiro de 2010

IV Expression Sessions @ Albatroz

 

Os irmãos Bavaresco (e a irmã Bavaresco!) têm uma casa em Albatroz que é um verdadeiro QG da gurizada na praia: vantagens de quem tem uma das mães mais parceria do mundo. E quase todo ano eles fazem uma festança na casa - a "Expression Sessions" - com direito a ingresso, ceva liberada, vídeos de surfe, música boa e banda ao vivo. E o Gordines se puxa na decoração. Fui sábado de tarde pra Albatroz (depois de almoçar com a pequena num restaurante chinês que eu devo ter passado umas mil vezes na frente mas nunca me dei conta da sua existência) e voltei hoje. Resumindo, a festa tava sensacional: apareceram uns sessenta bonecos e rolou uma competição pegada pra ver quem ficava mais louco. Vários candidatos fortes ao título. Não restou uma latinha de cerveja pra contar história. Essa foi a quarta edição da festa, mas a primeira que eu fui. Tomara que não seja a última...

No domingo, depois de dormir até meio-dia, ainda rolou o primeiro banho de mar do ano, que surpreendentemente em se tratando de litoral gaúcho, estava excelente. Pra fechar, aquele churrasco antes de voltar pra Porto.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 16



Em algum lugar além das fronteiras de nosso sistema solar, arrojando-se pelo espaço interestelar, há um fonógrafo e um disco dourado com instruções hieroglíficas na capa. Foram colocados na sonda espacial Voyager 2, lançada em 1977 para nos transmitir fotografias e dados dos planetas distantes de nosso sistema solar. Agora que passou por Netuno e sua emocionante missão científica está encerrada, ela serve como um cartão de visita interplanetário que deixamos para algum viajante espacial extraterrestre que possa vir a pescá-la.
O astrônomo Carl Sagan foi o produtor do disco; ele escolheu imagens e sons que sintetizam nossa espécie e nossas realizações. Sagan incluiu saudações em 55 línguas humanas e uma "língua de baleia", um ensaio sonoro de doze minutos composto do choro de um bebê, de um beijo e de um registro de encefalograma das meditações de uma mulher apaixonada, além de noventa minutos de música, com exemplos de diferentes culturas do mundo: mariachi mexicana, flautas-de-pã peruanas, raga indiana, um cântico noturno navajo, uma canção de iniciação para meninas pigméias, uma música sakuhachi japonesa, Bach, Beethoven, Mozart, Stravinsky, Louis Armstrong e Chuck Berry cantando "Johnny B. Goode".
O disco também envia uma mensagem de paz de nossa espécie para o cosmo. Em um involuntário ato de humor negro, a mensagem foi proferida pelo secretário-geral das Nações Unidas da época, Kurt Waldheim. Anos depois, historiadores descobriram que Waldheim passara a Segunda Guerra Mundial como oficial do serviço secreto em uma unidade do exército alemão que perpetrou represálias brutais contra guerrilheiros da resistência nos Bálcãs e deportou a população judaica de Salonica para campos de extermínio. É tarde demais para chamar a Voyager de volta, e essa piada sarcástica sobre nós circulará para sempre pelo centro da Via Láctea.
A gravação fonográfica da Voyager foi uma boa idéia, de qualquer modo, nem que seja apenas pelas questões que ela suscitou. Estamos sozinhos? Se não estamos, as formas de vida alienígena têm a Inteligência e o desejo de viajar pelo espaço?  Em caso afirmativo, elas interpretariam os sons e imagens da maneira por nós pretendida ou ouviriam a voz como o lamento de um modem e veriam os desenhos lineares de pessoas na capa como a representação de uma raça de armações de arame? Se entendessem, como responderiam? Não fazendo caso de nós? Vindo até aqui para nos escravizar ou comer? Ou entabulando um diálogo interplanetário? Num esquete do programa Saturday Night Live, a tão esperada resposta do espaço distante foi "Mandem mais Chuck Berry".

Trecho do livro "Como a Mente Funciona", do Steven Pinker.

O Efeito 'Ela'

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 15



O que é esse negão cantando...

Dentes Guardados


Respondi que estava pensando que a vida é como uma queda. É como cair, cair num buraco muito alto, onde nem dá pra ver o fundo, mas temos certeza de que ele existe. A vida é uma queda, e a vertigem é o melhor de qualquer queda. Quem sabe a vertigem de uma vida é essa sucessão incontrolada de desejos, medos, anseios, alegrias e toda espécie de sentimentos que, deslumbrados, nos esforçamos em entender e controlar? Mas por mais que controlemos a nossa queda, ela sempre resultará no mesmo encerramento fatídico: nos esborrachamos lá embaixo. Logo, por que não encarar nosso fim, inclinando a cabeça para baixo, fitando corajosamente o abismo que se revela, fazendo de nossa vertigem algo tão intenso, válido, perturbador? Por que não fazer da morte a obra-prima da vida, o desfecho glorioso de um livro complicado e difícil de entender, mas que contudo nos leva ao riso e ao choro, à dor e ao gozo, à paz e ao desespero?
- Daniel Galera, Os Mortos de Marquês de Sade

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 13



Pensando objetivamente, considerando o momento atual da banda, os shows que eu mais quero ver e que eu me lembro agora são Queens of The Stone Age, Rage Against The Machine e Rancid.

Voltando ao Gigante


COLORADO: Sujeito de alto discernimento espiritual, que prefere torcer por um time de elevados méritos, o Sport Club Internacional, ainda que perdedor.
- Luiz Augusto Fischer


Sou colorado até porque não tinha como ser diferente. Meu vô já fez essa frente, sendo o único colorado entre os irmãos dele. Meu pai também é colorado, e minha vó então é a mais fanática da família. Eu ia direto no Beira-Rio quando era piá levado pelos meus avós (e eles ainda vão). Por sinal, ir ao estádio de futebol quando tu é piá é uma experiência mágica: é tudo grandioso, um monte de gente na mesma vibe, e teus heróis elegantemente vestidos de alvirrubro digladiando logo ali no gramado. E ainda tem cachorro-quente! Foi essa minha vacina contra os magros anos 90, quando um monte de guri cagado virou gremista e deixou de comemorar um título mundial que viria na década seguinte.

Nos últimos meses eu andei meio desligado do Inter. Antes de qualquer coisa, por causa da proibição estúpida de vender cerveja no estádio (muito obrigado, CBF!). Mas também quando o Colorado deu aquela brochada fenomenal no returno do Brasileirão ano passado, eu desisti de ir no estádio. E esse ano eu não tinha ido em nenhum jogo, porque Gauchão é um lixo: não sei porque não terminam com essa palhaçada de Estaduais. E pra piorar mais, inventaram essa bagaceirice de Gre-Nal (o único jogo decente do campeonato) em Erechim. É brabo isso aí, tchê! Enfim, a questão é que eu nem me lembrava a última vez que tinha ido num jogo.

Ontem, óbvio que eu fui: imagina perder algum jogo da Libertadores. Tô loco então! Ainda mais eu que já perdi toda a primeira fase em 2006 porque tava nos EUA. Fiquei ali onde tá marcando a seta vermelha, lá em cima. Fiquei totalmente encharcado com a chuva que caiu no 2o tempo, mas foda-se: o Inter ganhou - de virada ainda - e daí tudo vale a pena. Além disso, foi bom rever uma gurizada que eu não via há tempos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Maravilha


Só faltou um pouco de melanina e o microfone...

Libertadores



O melhor campeonato de futebol do mundo. Muito melhor que a Liga dos Campeões, que só tem alguma graça por causa dos brasileiros e argentinos que vão pra lá mostrar como é que se joga futebol. Pena que eles não podem mostrar no Velho Mundo os seus dotes fora-da-lei. Porque a Libertadores é o campeonato que tem que ser ganho não só dentro de campo, mas fora dele também. É altitude, é catimba, é pedrada no ônibus, é gripe suína, é lata na cabeça do bandeirinha, é estádio sem condições, é zagueiro castelhano truculento, é politicagem extra-campo, é cotovelada sem o juiz ver, é tiroteio, é campo esburacado, é um carrinho bem dado, é invasão de campo. Hay que poner los huevos en la cancha. Em contraste com a Europa, onde é tudo leite com pêra, ovomaltino, pão com mortadela (palavras do professor Gilmar). Futebol pra garotinho juvenil, que cai e fica esperando o juiz marcar falta.

Se tudo der certo, o Guiñazu levanta essa pra nós.

Clipe do Dia nº 12



1992. Saudosa época em que o rock 'n' roll dominava o mainstream! Vejam: no Video Music Awards da MTV americana de 1992 tocaram ao vivo durante a cerimônia Black Crowes, U2, Nirvana, Pearl Jam, Red Hot Chilli Peppers, Eric Clapton e Guns N' Roses. Isso sem contar o Michael Jackson.

Mas também, quem precisa do mainstream? Eu não.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

L'Esprit de l'Escalier



Ouvi falar a primeira vez dessa expressão com o Judeu. É uma expressão que resume bem uma sensação que, tenho certeza, todo mundo já experimentou. Sabe quando tu está numa roda social, com diversas pessoas, e no meio de uma discussão alguém larga uma tiradinha inteligente pra cima de ti? E tu, na grande maioria das vezes, faz o quê? Leva nos dedos porque não consegue pensar numa resposta à altura. Boa, campeão!

Então, essa expressão - l'esprit de l'escalier ('a sagacidade da escada', em tradução livre) - se refere àquela resposta devastadora e truculenta que iria invariavelmente levar o teu interlocutor à humilhação extrema diante de todos os presentes... caso tu tivesse conseguido pensar nela a tempo. Mas, claro, tu só consegue elaborar ela tarde demais, quando tu já perdeu totalmente o timing da resposta, o estrago já foi feito e tu 'perdeu, playboy'.

A origem da expressão é do livro 'Paradoxe sur le comédien' do iluminista Denis Diderot, no qual ele relata sobre uma tirada contra a sua pessoa durante um jantar e que deixou ele sem resposta na hora. Então ele explica: 'l’homme sensible, comme moi, tout entier à ce qu’on lui objecte, perd la tête et ne se retrouve qu’au bas de l’escalier' (um homem sensível como eu, esmagado por uma objeção levantada contra ele, fica confuso e só se recupera quando termina de descer as escadas). O 'descer as escadas' seria uma referência ao ter ido embora do evento social, pois em certas mansões francesas da época a sala onde os jantares ocorriam era no segundo andar.

Não exatamente sobre isso, mas me lembrei daquela cena do Alta Fidelidade.

Clipe do Dia nº 11



Quando metade de mim já tinha saído do saco do meu pai e se juntado à outra metade, e ambas já tinham se alojado confortavelmente no ventre da minha mãe, surgiu aquela clássica discussão: "Como vamos chamar o bacuri?" Olhando retroativamente, eu me saí muito bem dessa que é uma das primeiras experiências potencialmente traumatizantes da vida. Perguntem a algumas pessoas de nome bizarro que elas hão de confirmar.

A situação que se configurava era a seguinte... Minha mãe queria Gonçalo, por causa do protagonista do romance "Ilustre Casa de Ramires" do Eça de Queirós. E meu pai queria Luis Eduardo por causa de algum político do PT que até hoje eu nem sei quem é. Ou seja, um nome de boa inspiração mas que me tornaria automaticamente motivo de chacota pro resto da vida; e outro legal mas de inspiração no mínimo dúbia, afinal não consigo pensar em nenhum político que possa ser merecedor de tal homenagem: fornecer o nome pra alguém. Tá, até tem alguns, mas - porra - nome de político?!?! Tanta coisa mais legal por aí.

Enfim, fui salvo pelo gongo por uma proposta de consenso em torno do nome Vinicius, o nome de dois cônsules do Império Romano, mas que na verdade me foi dado em homenagem a Vinicius de Moraes, o Poeta. Percebam a marotagem do Poeta no vídeo acima. Ele que foi auto-entitulado o branco mais preto do Brasil. Me dei bem.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A "Lanchera"


A Lancheria do Parque (vulga "Lanchera") é um dos lugares mais legais de Porto Alegre, e por diversas razões. Primeiro, o rango é bom e barato: seja o xis, os filés, o carreteiro, o pastel, a torrada ou o buffet, tudo é bom. Segundo, a cerveja tá sempre gelada. Eu sempre peço Brahma Extra. Terceiro, o atendimento dos gringos é impecável. O Ildo e o Facchini são os mais faixas. E o legal é que tu faz o pedido pro garçom, e ele - ainda do lado da mesa - se vira pro balcão e simplesmente grita o que tu acabou de pedir. E funciona. Sensacional. Quarto, fica no Bom Fim. Ou seja, dá pra fazer o 'aquece' antes dos shows e festas do Ocidente, e também fazer aquele pós-Redenção no final de tarde. Quinto, é proibido fumar lá dentro. O que significa que dá pra sentir direito o gosto da comida e da ceva, e tu não sai cheirando a cinzeiro de lá. E hoje no café-da-manhã (!) descobri que eles têm um molho de pimenta que é o canal. Em suma, a Lanchera é o bicho.

Clipe do Dia nº 10



Ano passado eu oficialmente comecei a gostar de "reggae-além-de-Bob-Marley". Culpa do Pinho, que em 2009 virou um Nyahbinghi Bobo Ashanti seguidor de Haile Selassie, o Jah Rastafari, Leão de Judá, Rei dos Reis. Acabei indo no show do Groundation no Opinião, e também vi uma banda de reggae que eu não peguei o nome no Geostock: curti afu os dois.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Monty Python



Se Hermes e Renato foi o melhor programa de humor do Brasil, eu não tenho a menor dúvida de que Monty Pyhton's Flying Circus foi o melhor programa de humor da História Universal. Humor inglês totalmente non-sense, mas nem um pouco idiota. Tá, é um pouco idiota às vezes, mas sempre na medida certa, e no meio de sacadas inteligentes. Dois filmes deles também são de se revirar de rir: 'A Vida de Brian' e 'Em Busca do Cálice Sagrado'.

Aproveito pra levantar um conflituamento que eu tenho com séries de TV de humor, principalmente aquelas sitcoms americanas: Friends, Two and a Half Men, Big Bang Theory, etc... Dessas, só o Seinfield se salva. Porque as outras eu vejo, vejo e não me descem. Meio esquete do Monty Pyhton é melhor que todas essas séries juntas.

Amor Mendigo

 
Fato inédito: dormi na Hidráulica de madrugada...

Gene Egoísta

 
Eu fiz biologia por causa desse livro.

Douglas Adams, a friend of Dawkins's and the author of "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy," found the experience of reading it "one of those absolutely shocking moments of revelation when you understand that the world is fundamentally different from what you thought it was." He adds, "I'm hesitating to use the word, but it's almost like a religious experience".

Clipe do Dia nº 9




Cachorro é muito mais legal que gato. Sintomático: quando um gato é legal, dizem que é "um gato que parece cachorro".

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 8



Ela me fez ler jornal e ver TV de novo; dar mais uma chance à poesia; colocar em palavras escritas alguns pensamentos; gostar de músicas que eu nunca imaginei que ia gostar; respeitar sensibilidades tricolores; quebrar um protocolo; apreciar listas em blogs; desenhar de novo; gostar ainda mais do saudoso IE; voltar a aproveitar a culinária japonesa; reviver uma adormecida curiosidade pela política; viciar em melanina; curtir a fluidez sincera das coisas...

It must be something in the way she knows.

Passado


Passado todo mundo têm. Prefiro olhar pro futuro.

No olvidemos el Goofus Bird, pájaro que construye el nido al revés y vuela para atrás, porque no le importa adónde va, sino dónde estuvo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TV Macho



Não gosto de Roberta Sá, de loja de bijuteria, de Marisa Monte, de desfile de moda, de Feist e nem de Gilmore Girls... Por quê? Porque é tudo coisa de mulherzinha.

Quadro da TV Pirata, da época que a Globo tinha graça (e faz tempo isso). Notem que todos atores da TV Macho não são machos: acho que a Regina Casé é a mais macha ali.

Clipe do Dia n° 7



Josh Homme, outro Midas da música. Começou simplesmente tocando no Kyuss, que chuta a bunda. Saiu do Kyuss e então montou o Queens of The Stone Age, que 'comanda o batatal do além' (nas palavras do Mineiro). Insatisfeito em ser tão bom, o cara montou o Eagles of Death Metal com o bigonei Jesse Hughes. E ainda lançou ano passado um disco com o Them Crooked Vultures, que reúne: ele, o John Paul Jones (ex-baixista do Led Zeppelin) e outro Midas da música, o Dave Grohl.

Até o Dia Em Que o Cão Morreu

 

Primeiro romance do Daniel Galera, jornalista nascido em São Paulo mas criado em Porto Alegre. A história é sobre um gurizão (o nome dele nunca aparece) recém-formado, ainda dependente dos pais, não sabe o que fazer da vida, e vai empurrando qualquer decisão maior com a barriga. Isso até surgirem na sua vida o tal cão do título e, claro, uma mulher (cherchez la femme!). É muito bom, bem curto, e quem tem seus 20 a 30 anos e mora em Porto Alegre vai se identificar 'afu'. Como disse o Alemão, 'parece que o cara nos espionou pra fazer o livro'.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia n°6




Vi o clipe de 'Toys and Flavors' a primeira vez no Riff MTV, que era dirigido pelo Chuck Hipolitho: ele já era fã de Hellacopters e sempre dava um jeito de botar algum clipe deles no programa. Anotei o nome da banda, fui baixar umas músicas no nostálgico Napster e viciei. O cabeça da banda é o vocalista e guitarrista Nick Royale (outro Midas da música), que tocava bateria na banda de death metal Entombed. O Hellacopters é uma banda da Suécia que começou como um projeto paralelo, e os dois primeiros discos (Supershitty to the Max! e Payin' the Dues) eram pesadaços e com gravação bem tosca. Depois o Hellacopters virou projeto principal, e saiu o guitarrista Dregen (que ainda toca na Backyard Babies), que no final das contas acabou substituído pelo Robert Strings.
Desde então, o som do Hellacopters foi se tornando cada vez mais 'limpo'. Eu conheci na época do High Visibility, que ainda é um dos discos que eu mais curto deles: ele tá mais ou menos no meio do caminho entre o som pesado e sujo de antes e o som mais 'comercial' de depois. Na verdade, eu gosto de tudo que eles fizeram.
Tive a sorte de ver dois shows deles antes da banda acabar (em 2008). O primeiro foi aqui em Porto Alegre mesmo, num 'festival' da Skol que aconteceu no Gigantinho e ainda teve Sepultura e Deep Purple. O segundo foi em San Francisco, no Slim's (mais ou menos do tamanho do antigo Tear, atual Ox).
Eu descreveria o som do Hellacopters como rock-retrô-puxado-pros-anos-70. Como eu já li uma vez, é a banda que faz você ter vontade de deixar o cabelo crescer de novo.

Segue teu rumo, garoto!



Nunca antes na história desse país houve um programa de humor tão bom quanto Hermes e Renato: comédia totalmente escrachada, escatológica e tosca. Como todo programa de TV, ele acabou perdendo a graça com o tempo (vide Simpsons), e hoje em dia pouca coisa eles fazem de engraçado. Mas há uns anos atrás, eles eram imbatíveis. O quadro do Charlinho, por exemplo, é um clássico da TV.

Eu gosto mais de batata, e gosto mais de estudá também.

Clipe do Dia nº 5



Robert Zimmerman tocando uma das melhores músicas do mundo.

Essa apresentação tá no documentário 'No Direction Home' do Martin Scorsese sobre o Bob Dylan. O diálogo mais engraçado do filme é o de uma entrevista coletiva, no qual ele faz chacota de um praticante do 'jornalismo preguiçoso' (como diria o Amarante):

Reporter: “How many people who labor in the same musical vineyard in which you toil --how many are protest singers, that is people who use their music and use their songs to protest the social state in which we live today, in the matter of war, the matter of crime, or whatever it might be?”
Dylan: “Uh, how many? I think there’s about 136.”
Reporter: “You say about 136, or do you mean exactly 136?”
Dylan: “Uh, it’s either 136 or 142.”

Cosmos


O primeiro livro de ciência que eu li, tirado das prateleiras do escritório do meu vô. Carl Sagan sabia como ninguém defender a ciência e o ceticismo ao mesmo tempo em que era respeitoso e compreensivo com as fraquezas humanas...

The size and age of the Cosmos are beyond ordinary human understanding. Lost somewhere between immensity and eternity is our tiny planetary home. In a cosmic perspective, most human concerns seem insignificant, even petty. And yet our species is young and curious and brave and shows much promise. In the last few millennia we have made the most astonishing and unexpected discoveries about the Cosmos and our place within it, explorations that are exhilarating to consider. They remind us that humans have evolved to wonder, that understanding is a joy, that knowledge is prerequisite to survival. I believe our future depends on how well we know this Cosmos in which we float like a mote of dust in the morning sky.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 4



Herdei o gosto pelo blues do meu pai. Em outras palavras: eu que gosto de rock herdei do meu pai o gosto pelo pai do rock, o blues.

If the blues was money / I would be the richest man in town
Well since I'm not rich / Blues please don't let me down


Faltam shows de blues em Porto Alegre...

Evangelho segundo Jesus Cristo

Uno no es lo que es por lo que escribe, sino por lo que ha leído.
- Jorge Luis Borges

 

Esse livro de 1991 é provavelmente um dos melhores livros que eu já li até hoje, e certamente é o melhor que eu já li do Saramago: até agora o único Nobel de Literatura em língua portuguesa (um dia eles vão descobrir o Rubem Fonseca). O livro reconta de outra maneira a história de Jesus Cristo (bem, na realidade, a primeira metade do livro é a história de José, o pai de Jesus). Mesmo mantendo elementos sobrenaturais - como a participação de Deus e do Diabo na história - a vida de José e Jesus é contada de modo mais 'realista', incluindo aí uma boa reconstrução dos costumes judaicos da época. O livro é longo, mas eu devorei ele em 2 ou 3 dias numa chuvosa Guarda do Embaú (graças a uma revistaria deus ex machina da Pinheira). Dentre as muitas partes boas, a 'cena do barco' quando Jesus descobre seu propósito nesse mundo é antológica. E a última frase do livro resume bem o tipo de distorção que o Saramago aplicou sobre a história original.
Como foi o primeiro livro que eu li do Saramago, foi nesse livro que eu tive que me acostumar com o estilo de escrita dele: frases longas, diálogos separados por vírgula e contínuos na mesma linha, e a grafia portuguesa (ele não permite a conversão para o português brasileiro). Eu me acostumei fácil, e acho que o estilo de escrever do Saramago é uma atração à parte. Além de que segue sendo o único Nobel que temos o privilégio de ler na nossa língua-mãe, sem o intermédio de traduções (traduttore, traditore).
Recomendo fortemente tanto para crentes quanto para descrentes.

O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.

Clipe do Dia nº 3



Em homenagem ao maior Midas da música: Eric Clapton, a.k.a. "God". Ele só tocou no Yardbirds, no John Mayall & The Bluesbreakers, no Cream, no Blind Faith e no Derek & The Dominos. Depois ainda mandou ver na carreira solo e fez um dos MTV Unplugged mais legais de todos os tempos.

Esse é um blues que ele tocou no último show da The Band, que também foi o primeiro filme musical do Martin Scorsese (sim, o Eric Clapton sempre anda em boa companhia). O filme se chama "The Last Waltz", foi dica do Alemão, e eu acabei comprando o DVD. Bom demais.

Kubrick

 

Como diria o personagem do Selton Mello, no Tarantino's Mind, o Stanley Kubrick é "mestre faixa vermelha, oitavo dan, samurai". Já vi nove dos treze filmes dele, e pretendo ver todos. "O Iluminado" é o melhor filme de terror que eu já vi, disparado. "2001" é o melhor filme de ficção científica que eu já vi, disparado. Gosto especialmente desses dois porque são daqueles filmes que várias coisas ficam inexplicadas, em aberto: filmes que exigem um certo esforço e imaginação do espectador. Não contente, o Kubrick fez também "Laranja Mecânica", "Dr. Fantástico", "Barry Lyndon" e "Nascido para Matar" que também destróem, cada um à sua maneira. Ou seja, o cara era um fodalhão master. E além das histórias acachapantes, os cenários sempre são ótimos: sempre que eu vejo um corredor comprido eu lembro dos filmes dele...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 2



AC/DC na era Bon Scott certamente está na Top 5 "Melhores Bandas da História da Música"... O Bon Scott, como todo roqueiro pau duro, morreu cedo (33 anos) aspirando o próprio vômito enquanto dormia depois de tomar um trago violento. Depois que entrou o Brian Johnson, a banda continuou excelente, mas não adianta: Bon Scott era muito mais legal. Fui ao show ano passado no Morumbi (com o Brian Johnson, obviamente) e descobri que prefiro shows pequenos a shows grandiosos. Mas óbvio que valeu cada centavo: era o AC/DC tocando, ao vivo.

O Lutador

 
Quem não viu, deveria ver. Um loser movie de 2008 que me lembrou 'Confissões de Sr. Schmidt' e  'O Sol de Cada Manhã', mas com um inóspito lutador de telecatch como protagonista. E o Mickey Rourke era um desses galãzinhos sem graça de Hollywood nos anos 80, aí resolveu voltar a lutar boxe nos anos 90 até virar um ogro e daí sim virar um ator de verdade. O Clint Eastwood tinha que fazer um filme com o Mickey Rourke... Acho que nenhuma mulher ia querer ver o filme.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Clipe do Dia nº 1



Nem sou muito fã de música eletrônica, mas esse clipe do Prodigy de 1997 mata a pau. Lembro de ver quando era piá na MTV Brasil em sua época áurea. O clipe foi totalmente proibido lá naqueles países metidos a puritanos do Hemisfério Norte, mas aqui abaixo do Equador ele passava na madruga. Quase dez anos depois veio a cópia 'versão esportiva': propaganda da Nike dirigida pelo Guy Ritchie e com música do Eagles of Death Metal; quase tão boa quanto o original.

Ambos me lembram os bons tempos de Wolfstein 3D, Blake Stone, Doom e Heretic.

Let the carnage begins!

Um blog que já nasce conflituado. Hoje em dia todo mundo tem espaço e oportunidade para se expressar, em particular na Internet: existem milhões de blogs, sites, fóruns e o caralho a quatro. Qualquer chimpanzé hoje em dia pode criar e manter um site, e de graça. Viva a democratização dos meios de comunicação!

Difícil é achar algo que preste. Basicamente, é um bando de leigos a dar pitaco em todos assuntos possíveis e imagináveis. Fazer o quê? Quando muito, uma pessoa é especialista em um ou talvez dois assuntos, e leiga em todo o resto. Existem opiniões demais e conhecimento de menos. Hipócrates disse: "Existem na verdade duas coisas: ciência e opinião; a primeira gera conhecimento, a última ignorância." Eu valorizo o trabalho feito por um profissional.

Mas por outro lado, parafraseando aquele quadro do Hermes e Renato: "Quer ler, lê. Não quer? Foda-se." Então azar: também vou dar minhas 'letras podres'.

Feito o mea-culpa, junta-se mais um blog à multidão dos que já existem para mais um leigo ficar dando seus pitacos em tudo.

PS: O blog foi sugestão da Morena, e o título é antes de tudo uma homenagem a ela, que encarna como ninguém o adjetivo. Enfim, vamos ver no que vai dar... ou quanto tempo eu agüento. No mínimo vai servir pra eu guardar os links das coisas legais da Internet.