sexta-feira, 30 de julho de 2010

Clipe do Dia nº 116



Otis Rush, ladies and gentlemen!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Show do Terceiro Batalhão



Um clássico.

E pra finalizar, um recado pra você, vacilão. Tô te sacando, hein? Se você vacilar, trepidar ou pisar na bola, pode estufar os peitos e vir chorando.

Carpinejar



Essa semana, pensando cá com meus botões, me dei conta que o nome do blog - Blog Conflituado - conduz naturalmente à previsão de que eu escreveria sobre coisas das quais eu não gosto, i.e., coisas com as quais eu sou conflituado. Mas eu já imaginava que eu não iria me restringir somente a escrever sobre coisas das quais eu não gosto, até porque escrever sobre o que se gosta é muito mais divertido. Por exemplo, até o Allan Sieber - um dos supra-sumos do humor crítico (e auto-crítico) - coloca lá no seu blog alguma coisa 'positiva' sobre um livro ou exposição que ele gosta. Agora, num conflituamento de 2º grau, o meu blog se conflituou com seu próprio nome de modo que quase nenhum post é sobre coisas que eu não gosto. A fim de remediar essa situação, escrevo nesse post sobre um autor que eu abomino, cujas frases soltas aparentam grande eloquência e subjacente sabedoria, mas que para mim não passam de frases dignas daqueles bilhetes que encontramos dentro de biscoitos da sorte chineses: Fabrício Carpinejar. Veja você mesmo:


A felicidade não consulta o dicionário.

Depois da tormenta, como se nada tivesse acontecido, como se o destino fosse um parente desconhecido, irei recomeçar.

Dispensamos mensageiros quando somos a mensagem.

Toda festa é um baile de fantasia porque você está bêbado e a sombra melhora o rosto.

A mulher pensa ter seduzido São Jorge e quem resta ao seu lado é o dragão.

Só pra ficar nas tuitadas mais recentes dele... Elas têm a pretensão de serem muito profundas, mas são apenas ruins. É só eu que acho essas frases totalmente infames?

Clipe do Dia n° 115



En homenaje a la Copa Libertadores de America, el mejor torneo del mundo... Directo de Argentina, por el UstedTube: Turf! Con su tema 'Pasos al Costado'!

Se deu nas outras, agora vai tê que dá!


Na última rodada da 1ª fase, tinha ganho dois jogos em casa e empatado três fora. Gripe filha-da-puta e Conmebol mais ainda: dois mexicanos com vagas nas oitavas-de-final. Sufoco no último jogo da 1ª fase: vitória de 3 a 0, resultados paralelos tranqüilos e três trocas de adversário para as oitavas. Oitavas: perdeu de 3 a 1 (bucha do Kléber) pro Banfield lá na Argentina, juiz roubando pra caralho. Sufoco no 2º jogo: 2 a 0 no Beira-Rio, gol contra e o segundo do Alecsandro... passou. Quartas: ganhou de 1 a 0, gol do Sorondo no final contra o Estudiantes aqui. Sufoco no 2º jogo lá: 2 a 1, com um gol salvador de Giuliano quase no fim. Semi: ganhou aqui de 1 a 0, com um gol salvador de Giuliando quase - não tão quase dessa vez - no fim. Sufoco no 2º jogo lá? Se o Tinga entrar como jogou os últimos jogos, acho que não.

Libertadores tensa essa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Discos da vida: 6twenty


Ali pelo início dos anos 2000, o rock do White Stripes e do Strokes estavam em alta com o mainstream. E como é de praxe, bandas correlatas de estilo semelhante tiveram sua chance também. Entre essas bandas, estavam o The Hives da Suécia (perdi o show deles aqui em Porto, do qual só escutei elogios), The Datsuns e D4, esses dois últimos da Nova Zelândia.

É demais o primeiro disco do D4, que na época eram: Vaughan "Vaughn" Williams (baixo), Daniel "Beaver" Pooley (bateria), Dion Palmer e Jimmy Christmas (vocais e guitarra). O disco se chama '6wenty' e a fórmula dele não é nada complexa: rock 'n' roll simples e direto na veia. Antes da famigerada "pausa por tempo indeterminado", eles chegaram a lançar um segundo disco, que não é tão bom quanto o primeiro. Mais um pra lista das vítimas da síndrome do segundo disco, mas o primeiro disco vale a pena.

Clipe do Dia n° 114



The Datsuns são da Nova Zelândia. Essa música tem um riff sensacional, e o clipe é muito massa.

There's a girl running around my head
I know she makes me frown
She may be crazy, she maybe not be right
She makes me feel like
Like a motherfucker from hell!

"Ilusão" de óptica





A casa A é exatamente do mesmo tom de cinza da casa B.


O sistema visual precisa determinar a cor dos objetos no mundo. Nesse caso, o problema é determinar o tom de cinza das casas no tabuleiro. Simplesmente medir a luz proveniente de uma superfície (a luminância) não é suficiente: uma sombra irá obscurecer uma superfície, de modo que uma superfície branca numa sombra pode refletir menos luz do que uma superfície negra sob luz total. O sistema visual utiliza diversos truques para determinar onde as sombras estão e como compensar por elas, a fim de determinar o tom de "tinta" cinza que pertence àquela superfície.

O primeiro truque é baseado no contraste local. Sob uma sombra ou não, a casa que está mais clara que as casas vizinhas é provavelmente mais clara que a média, e vice-versa. Na figura, a casa clara na sombra está cercada por casas mais escuras. Portanto, mesmo que a casa seja fisicamente escura, ela é clara quando comparada com as casas vizinhas. De modo recíproco, as casas escuras fora da sombra são cercadas por casas mais claras, portanto parecem escuras em comparação.


Um segundo truque se baseia no fato de que as sombras freqüentemente têm bordas suaves, enquanto que as bordas de pinturas (como as das casas) freqüentemente têm bordas definidas. O sistema visual tende a ignorar as mudanças graduais nos níveis de luz, de tal maneira que possa determinar a cor das superfícies sem ser confundido pelas sombras. Nessa figura, a sombra se parece com uma sombra, tanto porque tem bordas suaves quanto porque o objeto sombreador está visível.


Fonte

terça-feira, 27 de julho de 2010

Clipe do Dia n° 113



Rory Gallagher esmirilhando sua Fender Musicmaster 1978. Dica do Alemão, e também do Hellacopters que fazia uns covers sensacionais e fez um dessa música.

A Elegância do Ouriço


Presente é sempre um negócio arriscado, mas às vezes se acerta na mosca. E que grata surpresa ganhar de presente um livro, bom, e do qual nunca se tinha ouvido falar antes. Enfim, não fui eu quem ganhou o livro, foi a Morena. Mas só de ler o primeiro trecho já senti que a coisa era boa:

"Marx muda totalmente minha visão de mundo", declarou-me hoje de manhã o jovem Pallières, que, em geral, nunca me dirige a palavra.
Antoine Pallières, rico herdeiro de uma velha dinastia industrial, é filho de um de meus oito patrões. Derradeira eructação da grande burguesia empresarial – que só se reproduz por meio de soluços limpos e sem vícios –, ele estava radiante com sua descoberta, que me contava por reflexo, sem sequer pensar que eu conseguiria entender alguma coisa. Que podem entender as massas trabalhadores sobre a obra de Marx? A leitura é árdua, a língua, apurada, a prosa, sutil, e a tese complexa.
E foi aí que quase me trai, bestamente.
"Tem que ler a
Ideologia alemã", disse a esse cretino de parca verde-garrafa.
Para entender Marx e entender por que ele está errado, tem que ler
Ideologia alemã. É o pedestal antropológico sobre o qual se construirão todas as exortações a um mundo novo e no qual está aparafusada uma certeza fundamental: os homens que se perdem por desejar, melhor fariam se se limitassem às suas necessidades. Num mundo em que o húbris do desejo for amordaçado, poderá nascer uma organização social nova, isenta de lutas, opressões e hierarquias deletérias.
"Quem semeia desejo colhe opressão", estou prestes a murmurar como se só meu gato me escutasse.
Mas Antoine Pallières, cujo bigode embrionário e repugnante não tem nada de felino, olha para mim, duvidando de minhas estranhas palavras. Como sempre, sou salva pela incapacidade dos seres humanos de acreditar naquilo que explode as molduras de seus pequenos hábitos mentais. Uma zeladora não lê a
Ideologia alemã, e, por conseguinte, seria incapaz de citar a décima primeira tese sobre Feuerbach.
Além disso, uma zeladora que lê Marx está, necessariamente, de olho na subversão, e se vendeu a um diabo que se chama Confederação Geral dos Trabalhadores, a CGT. Que consiga lê-lo para a elevação do espírito é uma incongruência que burguês nenhum admite.
"Recomendações à senhora sua mãe", resmungo fechando a porta na cara dele e esperando que a disfonia das duas frases seja abafada pela força dos preconceitos milenares.


Comprei um pra mim, e já li uns três quartos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Outra poesia



O amor, quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente.
Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
e se um olhar lhe bastasse
pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei que falar-lhe
porque lhe estou a falar... 


Fernando Pessoa

Clipe do Dia nº 112



Weezer! Eu preciso ir num show desses caras. Esse clipe é dirigido pelo Spike Jonze e coloca a banda pra tocar no seriado televisivo Happy Days da década de 70.

À Prova de Morte


Um ex-dublê de cenas de ação tem um carro negro totalmente sinistro e que possui a peculiar característica de ser "à prova de morte"; i.e., o motorista até pode se quebrar um pouco, mas nunca morre em um acidente com esse carro. Sem nenhum motivo aparente, esse ex-dublê resolve matar. E é claro que ele escolhe mulheres da mais bela morfologia como vítimas.

O filme mais recente do Tarantino é sensacional, homenagem ao gênero grindhouse das décadas de 60 e 70. A fotografia imita o estilo desses filmes antigos, incluindo erros de gravação e montagem. Os elementos tarantinescos estão todos lá: diálogos longos e hilários, violência sanguinolenta, trilha sonora fora de série e cenas de dança. Vale muito conferir.

domingo, 25 de julho de 2010

Receio


Receio de ficar com otimismo em demasia, porque esse time do Inter tá jogando muita bola. Tinga comendo a bola e Taison dando o sangue em campo. Sóbis entrou bem também, mas - apelando ao clichê - ainda tá faltando ritmo de jogo. Quarta-feira já tô lá no Gigante.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Clipe do Dia nº 111



Rock 'n' roll!

My eyes are blind, but I can see
The snowflakes glisten on the tree
The sun no longer sets me free
I feel there's no place freezing me

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Clipe do Dia nº 110



Claro que eu já conhecia essa música, só não tinha me dado conta do teor político da letra. Curto bastante o Marcelo Nova: é daqueles caras que sempre vale a pena ver uma entrevista pois é diversão garantida (assim como o Eduardo Bueno, o Lobão e o João Gordo).

Esperança


Tinga deu nova cara ao meio-campo colorado, Alecsandro marcando a saída de bola e marcando gols, Taison correndo e buscando jogo como não fazia há muito tempo, Bolívar seguro na zaga, etc, etc, etc. Atuação de encher os olhos e provocar a esperança até do mais cético dos torcedores. E falta o Sóbis ainda...

Dawkins' Law of Divine Invulnerability


Dawkins' Law of Divine Invulnerability
God cannot lose.

Lemma 1
When comprehension expands, gods contract—but then redefine themselves to restore the status quo.

Lemma 2
When things go right, God will be thanked. When things go wrong, he will be thanked that they are not worse.

Lemma 3
Belief in the afterlife can only be proved right, never wrong.

Lemma 4
The fury with which untenable beliefs are defended is inversely proportional to their defensibility

(Essa eu lembrei que tinha visto num site muito legal - o Edge - que reune uns caras fodalhões em várias áreas do conhecimento e busca "promover a pesquisa em e a discussão sobre questões intelectuais, filosóficas, artísticas e literárias para o avanço intelectual e social da sociedade". Todo ano eles fazem uma pergunta diferente para vários desses fodalhões. A edição de 2003 era "qual a sua lei?", para a qual o grande Richard Dawkins me veio com essa pérola da ironia.)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Em Teu Nome


Lembro de ter visto o trailer desse filme gaúcho com um sotaque bem Porto Alegre, mas não tinha sacado qual a história do filme. Só depois fui saber que se tratava da história de um gaúcho - o Boni - que se engaja na luta armada contra a ditadura militar no Brasil durante a década de 70, acaba preso e se exila no Chile, na Argélia e finalmente na França até retornar ao país. Os atores estão bem, fora a moça ali do meio da foto que tem uma atuação meio forçada. Ok, os personagens também são um tanto estereotipados, principalmente o tal de Onório que em mais de uma cena só aparece pra reprimir Boni sobre o fato de que estudar pra prova e andar de mãos dadas são preocupações pequeno-burguesas e menores quando comparadas à luta contra a ditadura. Ao menos o filme me serviu pra refletir sobre duas questões.

Primeiro, como a ditadura era realmente uma merda, mesmo quando comparada com a nossa bagunçada mas aparentemente estável democracia que aproveitamos hoje em dia. E sempre me dá nos nervos quando eu ouço algum babaca se informando sobre a mais recente denúncia de corrupção política diante da TV defender a volta de uma ditadura. 'Tem que ter uma ditadura pra acabar com essa pouca vergonha', diz a besta desmerecedora de qualquer tipo de consideração e ignorante ao fato de que numa ditadura a TV nem daria esse tipo de notícia.

Segundo, fica a pergunta no ar que encerra o próprio filme: valeu a pena? Valeu a pena toda aquela energia despendida pra causar sofrimento físico e psicológico no 'outro lado'? Me questiono qual foi a real eficácia da luta armada em derrubar a ditadura. Por um lado, parece que só deram mais motivo para os militares aumentarem a repressão. Por outro, diante do monstro autoritário que era o governo brasileiro da época, a luta armada se apresentava como um caminho até razoável. Contudo, será que - ao estilo 'curso inevitável da história', tão caro aos marxistas - a democracia não viria de qualquer forma? Às vezes penso que motivações econômicas internas e o cenário político internacional possam ter sido muito mais determinantes na reabertura política do que a luta armada. Talvez a democracia viesse até antes se a esquerda tivesse se contentado com meios não-violentos de combate à ditadura. Será?

Cachalote


'Hmm. Livro novo do Galera. Em quadrinhos, legal.' Dei uma folheada, o traço do desenho é bonito (do Rafael Coutinho, que eu vim a descobrir hoje que é o filho do fodástico Laerte), várias páginas com pouco ou nenhum texto. Alguns trechos lembram mais um storyboard, aqueles roteiros de cinema ilustrados pra guiar a filmagem. Parece um daqueles livros de quadrinhos 'cabecistas', metidos a avant garde. Ah, não vou comprar.

Comprei alguns dias depois. Muito bom. Várias histórias paralelas sem conexão entre si, alguns personagens bizarros mas ainda assim bem mundanos. Situações cotidianas, e claro: um pouco de sexo, violência e drogas. Recomendo.

Clipe do Dia nº 109



O Alemão das dicas vai dizer que é banda de adolescente, mas essa música eu comecei a prestar atenção por dica dele. E hoje em dia é uma das minhas preferidas do Led, junto com a versão deles de 'When The Levee Breaks'.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

De volta à saudade

De volta ao planalto


Tô legal de Brasília já. Ao menos fugi do tenebroso frio porto-alegrense e aproveito um calor seco, típico dessa época aqui no Planalto Central.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Discos da vida: Speed is Relative


Descobri essa banda na época de ouro do Napster, quando eu era viciado em punk rock hardcore. O Cigar é um trio formado por Big Jon na bateria e na segunda voz, Jason no baixo e Rami na guitarra e no vocal. Os três são de Eugene, Oregon e formaram a banda em 1996, e foram "descobertos" no ano seguinte pelo Fletcher Dragge, guitarrista do Pennywise e dono da gravadora Theologian Records. Depois de algumas participações em festivais de música, o disco 'Speed is Relative' foi lançado em 1999. E ficou por aí mesmo: eles chegaram a gravar algumas músicas para um segundo disco, mas em 2007 a banda terminou de vez. Uma tristeza.

A música dos caras é bem rápida, melódica e cheia de volteios. O vocal é limpo e perfeito. Todas as músicas do disco são boas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Som AFU



E o Alemão das dicas resolveu dar maior divulgação às suas dicas: http://somafu.blogspot.com/

É brabo



Minha casa tá em obras, completamente inabitável. Naquele clássico espírito do quando-não-se-tem-é-que-se-sente-a-falta-que-faz, tô sentindo falta do meu quarto e do meu computador. E como rege a lei de Murphy, dois dos computadores do laboratório estão bloqueados por vírus e um dos computadores dos meus avós não tá funcionando. Informaticamente falando, tá restrita a coisa pro meu lado. A boa notícia é que minha casa vai deixar a obsolência televisiva, e teremos um aparelho LCD de 76 polegadas, Full HD, 120 Hz funcionando na sala ao fim da reforma.

Anyway, não se surpreendam se a taxa de posts decair consideravelmente nos próximos trinta dias...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha, o oitavo campeão


Em dezenove Copas do Mundo realizadas até hoje, apenas oito países levantaram a taça e a Espanha é o mais novo membro do bando. Achei legal, afinal é um país com boa tradição no futebol. A partida final ter sido contra a Holanda também favoreceu. E gostei de o Forlán ser eleito o melhor jogador do torneio e a seleção do Uruguai reaparecer no cenário futebolístico mundial. Foi uma boa Copa, com certeza bem melhor que a de 2006. E rumo ao hexa em 2014.


Países-membro do exclusivo grupo de campeões do mundo.

sábado, 10 de julho de 2010

Só pra concluir

O universo pode até ter um propósito, mas nada nos indica que, se isso for verdade, esse propósito tenha qualquer relação com o nosso.
- Bertrand Russell

O que importa.

Enfim, essas lições de humildade - não são as únicas, é claro - que a ciência insiste em nos dar não me dão motivos para qualquer tipo de desespero ou depressão. Primeiro, me supreende o tudo que conseguimos alcançar em termos de conhecimento sobre o Universo. E segundo, só reforçam o fato de que temos que ter consciência de que nossos problemas são só nossos, e que o Universo seguirá existindo impassível e alheio a nós. E sob essa perspectiva, acho impossível não desdenhar aquelas religiões - quase todas na verdade - que colocam o ser humano como ator principal do Cosmos, o filho preferido de Deus, the chosen one. Ninguém virá nos salvar dos nossos erros, e por mais difícil que seja admitir, não existe justiça nesse Universo. Só temos uma vida para viver, que nos preocupemos com o que realmente importa e tentemos nós fazer alguma justiça.

Humanidade no cenário evolutivo

Típica forma de vida terrestre.


O biólogo Richard Dawkins começa o seu primeiro livro, 'O Gene Egoísta', com a seguinte provocação:

A vida inteligente em um planeta torna-se amadurecida quando pela primeira vez compreende a razão da sua própria existência. Se criaturas superiores provindas do espaço algum dia visitarem a Terra, a primeira pergunta que farão, a fim de avaliar o nível de nossa civilização será: "Eles já descobriram a evolução?"

Eu poderia dizer que para a tristeza e decepção de muitos, Deus não nos criou: somos o resultado da evolução por seleção natural, um processo muito simples e elegante sob certos aspectos, mas extremamente cruel na sua essência. Seleção natural é competição, e todas as belas formas de vida que observamos zureteando por aí são o produto de milhares de anos de morte, fome, luta, doenças e - alguma coisa boa tinha que ter - sexo. De modo totalmente inconsciente e involuntário, ao nascer automaticamente nos engajamos em uma disputa que já dura bilhões de anos pela propagação de nossos genes num ambiente de recursos limitados. Não que isso faça muita diferença para nós como indivíduos: somos um pequeno peão no xadrez evolutivo para o qual a morte é certa, e nossa única aspiração real à imortalidade reside no nosso DNA.

E se não temos importância alguma no esquema cósmico enquanto indíviduos, também não a temos enquanto espécie. Considerando a natureza gradual da evolução, não faz muito sentido falar algo do tipo 'o surgimento da espécie humana'. Contudo, para fins de argumentação nos permitimos considerar algum momento pontual - no qual reconhecemos fósseis com características bem próximas às nossas - como o momento do surgimento da espécie humana. Estima-se que isso tenha ocorrido há meio milhão de anos atrás. Acredita-se que o Universo tenha cerca de 13 bilhões de anos de idade, que a Terra tenha se formado há 4,5 bilhões de anos, e os registros de vida mais antigos datam de 3,5 bilhões de anos atrás. Ou seja, em qualquer uma das escalas que se observe - a do Universo, da Terra ou da vida - a humanidade segue sendo uma pequena nota de rodapé, uma espécie extremamente recente. E também não irá demorar muito para saírmos de cena: daqui um milhão de anos certamente não haverá mais sobreviventes da linhagem humana.

Isso que nem entramos na questão de que desde a origem da vida até hoje a forma predominante de vida terrestre tem sido as bactérias. Todos esses animais, plantas e fungos que dominam nossa visão de mundo são "pequenas" extravagâncias multicelulares que a vida se permitiu. Lição de humildade n° 3.

Da hostilidade do Universo

Uma região totalmente inusitada do Universo.

O Universo é hostil para a vida. Primeiro, porque o Universo é feito principalmente de nada (vácuo e escuridão), e as coisas (matéria e luz) são exceção. Ao redor de uma das 100.000.000.000.000.000.000.000 estrelas que se estima existirem no Universo - o Sol - orbitam oito planetas. Quatro deles são bem menores que os outros quatro, e num e somente num desses planetas menores - a Terra - uma fina camada circundante de ar, terra e água abriga aquilo que chamamos de vida.

Até onde sabemos, os seres vivos só conseguem sobreviver e reproduzir nessa fina camada ao redor desse planeta, que orbita uma de muitas estrelas, e que por sua vez se localiza na periferia de uma dentre inúmeras galáxias. E mesmo nessa fina camada uma série de viscissitudes acomete os pobres seres que a habitam: meteoros, raios cósmicos, radiação ultravioleta, furacões, terremotos, vulcões, tsunamis, avalanches, etc... Se por um momento tomarmos o partido de uma certa espécie de primatas que atualmente habita essa fina camada, podemos adicionar à lista: predadores, patógenos, envelhecimento, guerras, precipícios, afogamento, doenças genéticas e muitos outros.

Isso que estamos num relativo ápice de habitabilidade do planeta, pois por aproximadamente 1 bilhão de anos até essa fina camada em volta do planeta Terra foi muito hostil para abrigar a vida. E esse período "áureo" para viver na superfície da Terra que temos o privilégio de usufruir é temporário, pois daqui uns 6 bilhões de anos o Sol irá se transformar numa estrela gigante vermelha que se não simplesmente engolir a Terra, de qualquer modo irá inviabilizar a vida como a conhecemos. E como diria Carl Sagan também, nessa hora 'os problemas que enfrentamos hoje se tornarão, em comparação, bem modestos'.

Se realmente existe um Deus que criou o Universo, ele certamente não tinha o conforto humano em mente. Lição de humildade nº 2.

Composição do Universo


A composição do Universo.

Cerca de 70% do Universo é constituído pela assim chamada energia escura, enquanto que 25% é matéria escura. Não sabemos muita coisa sobre esses dois constituintes do Universo, o que nos deixa com um constrangedor 95% do Universo ainda por ser desvendado pelo conhecimento humano.

Por um certo ângulo, a química poderia ser definida como um negócio entre núcleos relativamente estáveis compartilhando, roubando ou cedendo seus elétrons. A química lida com os 5% de matéria ordinária que compõem o Universo, sobre a qual já temos um certo conhecimento. Uma molécula é formada por átomos que compartilham seus elétrons em ligações químicas; os íons são átomos que perderam ou ganharam um ou mais elétrons; e os gases nobres são átomos que não perdem, ganham ou compartilham elétrons. O que determina um átomo ser desse ou daquele elemento químico é o número de prótons no seu núcleo: por exemplo, 1 é hidrogênio, 2 é hélio, 8 é oxigênio e 92 é urânio. O número de nêutrons no núcleo pode variar para átomos do mesmo elemento químico: por exemplo, o hidrogênio não tem nêutrons, mas seus isótopos deutério e trítio tem respectivamente um e dois nêutrons no seu núcleo.

Quando os núcleos são quebrados ou unidos, entramos no campo da física nuclear. Nas assim chamadas reações nucleares - tanto as de fusão quanto as de fissão - uma minúscula quantidade de massa é convertida numa quantidade enorme de energia conforme a famosa equação E = mc^2, e átomos de um elemento químico são convertidos em átomos de outro elemento químico. Aproximadamente 4% do Universo é composto de átomos livres de hidrogênio e hélio, os átomos mais simples de todos. Daquele 1% que ainda resta de Universo, somente 0,03% é de elementos "pesados": todos além do hidrogênio e do hélio e que são formados pelas reações de fusão nuclear que ocorrem dentro das estrelas.

Ou seja, isso que parece "tudo" pra nós, é quase nada para o Universo. Lição de humildade nº 1.

Não é Woodstock


Não haverá Woodstock no Brasil. E daí? Vai rolar um tal de Starts With You Music and Arts Festival lá em Itu nos dias 9, 10 e 11 de outubro, e entre as atrações confirmadas estão Kings of Leon, Pixies, Sublime with Rome, Dave Matthews Band, Incubus e Linkin Park.

A venda dos ingressos começa no dia 13 de julho...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Clipe do Dia nº 108



Finalmente consegui encontrar um cabo USB para o meu celular: adeus, Nokia Tune! A memória do celular é de somente 30 MB, então tive que escolher meia dúzia de músicas pra passar pro celular. Pensei em músicas que já começam mandando bala, até porque ao usar como toque o que mais vai se escutar são os primeiros segundos da música. Bueno, escolhi essa do Cream que tem essa guitarra sensacional do Eric Clapton. Além dessa, baixei pro celular:

• AC/DC - It's a Long Way To The Top. Começa direto com um dos riffs de guitarra clássicos da banda.

• Bob Dylan - I'll Be You Baby Tonight. Gaitinha marota, música tranquila.

• Eric Clapton - Cocaine. Outro baita riff do 'God'. Eu sei que é cover, mas é daqueles covers melhores que o original.

• Foo Fighters - Big Me. Música bem alegre.

• Pearl Jam - The Fixer. A sensacional música do disco novo do Pearl Jam.

• Stealers Wheel - Stuck In The Middle. Essa eu já escutei umas três vezes só hoje: é o toque do despertador.

E deu pra memória. Só falta descobrir como colocar toque personalizado nos contatos...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Depois da Copa...


Depois do fracasso das seleções sul-americanas na Copa do Mundo, vamos assistir a entrada de mais um país europeu no seleto clube dos campeões do mundo. Pela história, fico com a Holanda. Pelo futebol, torço pela Espanha. A ver.

E após a final da Copa, o foco é a Libertadores: Abbondanzieri; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Tinga, Guñazu, Giuliano e D'Alessandro; Alecsandro. Fora o cone na centroavância, o time tá bom... ao menos no papel.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Clipe do Dia nº 107



Enviado pelo Pinho. Curti muito.

Clipe do Dia n° 106



Nunca tinha ouvido falar dessa banda até ontem. Esse clipe é bala, também gostei da música. Eles são de Goiânia, tocaram ontem em Porto Alegre, mas eu tinha compromissos mais importantes... Na próxima, eu vou.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Happy Wonder Day!


Estreou no mundo no dia 5 de julho de 1983, alguns meses antes de mim. Conheci no saudoso Instituto de Educação. Ficou fora de vista por quase uma década, mas consegui encontrar ela de novo. Agora já era: não largo mais. Amo-a.

domingo, 4 de julho de 2010

Soneto do Amor Total



de Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.


Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Holanda


E pelo menos fomos eliminados pela Holanda: grande país! Futebolisticamente já simpatizava com a seleção pelo uniforme, que eu acho que é um dos mais bonitos, e também por causa das histórias sobre a famosa Laranja Mecânica, que ao que parece revolucionou o futebol, mesmo perdendo pra Alemanha na final. E - obviamente - porque é o país do nosso clube-irmão, o grandioso e heróico Ajax de Amsterdam!

Mas também admiro o país por outras razões, e a principal delas é por ser um dos países com as maiores liberdades individuais do mundo. Lá é permitido o aborto (tem um barco holandês que atraca nos países onde o aborto é proibido, pega as mulheres que quiseram pagar pra fazer e vão pra águas internacionais - onde a lei que vale é a do país de origem da embarcação), a prostituição, o uso de maconha, a eutanásia, o casamento homossexual, e todas essas liberdades que um dia todos países hão de ter. E também descobri por meio do livro 'Cosmos' do Carl Sagan que a Holanda viveu um período de alto desenvolvimento político-cultural-econômico durante o século XVI (aquela época em que os holandeses dominaram a região do Maranhão), ou seja, a história vem de longe.

Curiosidade: Holanda na verdade é o nome de somente um dos distritos dos Países Baixos, a designação correta do país. E o laranja do uniforme vem do brasão do William de Orange-Nassau, o pai fundador da nação. Um dia quero ir lá!

2014 é logo ali!

Realmente achei que o Brasil tinha boas chances de ganhar essa Copa, mas não rolou. Hoje mesmo me dei conta que o Brasil não vai jogar as eliminatórias pra próxima Copa pelo fato de ser o país-sede. Os outros países da América do Sul devem estar alegres com isso. De qualquer forma, vai ser brabo ficar aguentando amistosos cagados da Seleção. Ao menos tem a Copa das Confederações e a Copa América.

E depois que o Brasil se foi, mandei pro espaço a vontade de que todos sul-americanos chegassem às semi-finais: a rivalidade falou mais alto e comecei hoje mesmo, torcendo pra Gana. Até porque, coitado dos africanos, sempre se ralam na vida real e no futebol também, não seria de todo mau um desses países desgraçados ir longe na Copa.

É claro que deu Uruguai, bem ao estilo do agrado dos gremistas: o time vai lá, estraga tudo, bota a vitória na mão dos adversários, que - por incompetência extrema - vão lá e cagam tudo, permitindo a 'virada' e uma vitória épica. Mas tenho que reconhecer que o lance do Suárez foi de pura genialidade: ele deveria levantar a taça caso o Uruguai seja campeão (não acho que vá ser). Mas como não simpatizar com uma seleção dessas:


E seria legal o Uruguai passar a Argentina em número de títulos mundiais. Por sinal, Deutschland über alles! Se bem que a Argentina perder na final é legal também, acho que mais brochante que perder amanhã. Enfim, 2014 é logo ali.