terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ano 2


A vida adquire cores mais intensas com o pincel de artista dela. Os planos se concretizam e o futuro parece cada vez mais brilhante. O riso vem fácil, e eu transbordo de alegria quando a vejo. A sorte está a meu favor, e eu sigo sempre apaixonado por Priscilla, minha musa.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Clipe do Dia nº 319


Vi o documentário sobre o Tupac Shakur dia desses e gostei. Uma daquelas figuras polêmicas com muito talento, mas com extrema dificuldade em manter-se longe dos problemas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Clipe do Dia nº 317


Aquela música que o D2 deixou famosa estragando.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Clipe do Dia nº 316


Uma música do Hellacopters com uma letra bem 'sexta-feira 13':


In the night you feel
Somewhat unreal
And it ain't fiction


It's catching up with you
Nothing you can do, no
And the hurt begins


Leeches on your skin
As you're standing by
The sun's eclipsed by a thousand flies


It's time to fall, you'll see
It ain't no misery
And it will not end


It's a fact and it's cold
Just like you've been told so


The hurt begins
Leeches on your skin
As you're standing by
The sun's eclipsed by a thousand flies


Your stomach turns
Your eyes they itch and burn
Pray to god get them off of me
Alone on bloody bending knees


Despite the fact you scream and shout
No one reacts or cares about
They say it's all just in your head
It's plain to see your left for dead


In the night you feel
Somewhat unreal
And it ain't fiction


It's cathing up with you
Nothing you can do, no


The hurt begins
Leeches on your skin
As you're standing by
The sun's eclipsed by a thousand flies

Sexta-Feira 13


Feliz sexta-feira 13!

P.S. A imagem é de uma banda de death metal (a.k.a. Déti-Méta) sueca chamada Death Breath. É mais um dos muitos projetos do Nicke Andersson, um verdadeiro workaholic do rock. Na realidade, ele começou sua prolífica carreira em 1987 como baterista do trio também de death metal Entombed, até o ano de 1998, quando saiu para para concentrar-se no trabalho de vocalista da banda que o tornou mais famoso (não muito): Hellacopters. Em 2005, bateu aquela saudade de espancar a bateria como se estivesse ligado em 220 volts e então ele fundou a Death Breath com seu antigo parceiro do Entombed, Robert Pehrsson. Curiosidade: a banda quase foi batizada de Black Breath, o que poderia tê-la colocado no hall de bandas maravilhosas com "Black" no nome (Black Sabbath, Black Keys, Black Rebel Motorcycle Club, Black Lips, Black Drawing Chalks, Black Pistol Fire...). Enfim, ela não se classificou por duas razões: não se chama Black Breath e eu não gosto de death metal. O Hellacopters é incomparavelmente melhor, e o logotipo até combinaria mais com o clima dessa sexta-feira 13:



P.S.2. O link é para um vídeo impossível de inserir no post (parabéns, Blogger!). Um pequeno trecho de um programa engraçadíssimo do Adult Swin, segmento noturno para adultos da programação do admirável Cartoon Network (sou fã de todos os desenhos do Genndy Tartakovsky). O programa era "O Frango Robô" (Robot Chicken), feito totalmente em animação stop motion com bonecos e outros objetos. Hilário. Descobri que um dos produtores é Seth Green, o filho ruivo do Dr. Evil ('I got a whole bag of shhh with your name on it'). Minha admiração por ele aumentou consideravelmente, até porque eu não admirava ele antes.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Clipe do Dia nº 315


Show inteiro do grande The Faces em 4 de janeiro de 1972. Lá na melhor rede de televisão do mundo: a BBC.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Clipe do Dia nº 314


Pra começar o ano em grande estilo, detonando o rock and roll.

Memórias



A memória pode ser traiçoeira, e muitas vezes ela é. Lembro vagamente de ter lido ou escutado a seguinte frase de alguém (Christopher Hitchens?): o ateísmo é o início de todos os questionamentos. Acho que minha criação sobre religião foi meio peculiar, pois meus dois pais eram marxistas. A mais devota na família era minha vó Marília, que ia todo domingo à missa na Igreja de São Pedro, mas que jamais tentou me influenciar de qualquer modo. Fui batizado (não lembro), mas não fiz catequese nem primeira comunhão. Nunca frequentei igreja alguma. Minha mãe (marxista) pediu para que eu não assistisse às aulas de religião (leia-se: cristianismo) na 1ª ou 2ª série. A mim, pouco fazia diferença: era uma matéria que não rodava, logo, em termos práticos, indigna de preocupação. E assim ia eu à biblioteca, ficar lendo livros enquanto meus colegas "só ficavam desenhando Jesus": a descrição que dei quando pedi à minha mãe (marxista, mas do tipo mais democrático) para assistir a aula de religião e ela deixou. Nunca mais quis voltar à aula de religião de novo. E assim, desde sempre, nunca acreditei em deus.

A memória também pode ser muito precisa em momentos aparentemente banais de nossa vida. Eu lembro que na 6ª série, uma professora de português pedir, no primeiro dia de aula, que os alunos respondessem a uma série de perguntas rápidas, de natureza pessoal: nome? idade? mora com quem? o pai trabalha em quê? e a mãe? gosta de fazer o quê nas horas vagas? acredita em deus? E, depois de um tempo suficiente (julgado conforme o aumento no volume das conversas), a professora pediu para que cada um dos alunos fosse à frente e lesse suas respostas. Uma aula para todos se apresentarem, ou - no meu ponto de vista - uma aula projetada pela professora para ela não ter que dar aula. Muitos detalhes se perderam, mas lembro com perfeição que aquela pergunta estava: acredita em deus? E lembro porque foi a única coisa que gravei a ponto de comentar com minha mãe, e ela manter essa história viva: só eu e o Matheus (meu melhor amigo do colégio naquela época) não acreditávamos em deus. E assim, na 6ª série, ficou nítido para mim que eu era um ateu.

Eu sei da inconfiabilidade da memória, já ouvi falar dos mecanismos psicológicos que distorcem nossa memória. E, por isso mesmo, busco lembrar pelo menos dos períodos, para tentar situar os acontecimentos: em 2001, entrei na UFRGS (o número de matrícula eternizava o teu ano de entrada: "01"). Logo, de 1998 a 2000 eu estava cursando o 2º grau (agora Ensino Médio, e que antes já tinha sido o Ginásio). De 1990 a 1997, cursei o 1º grau todo no Instituto, fora o período que morei em Brasília: a 2ª série (1991) e metade da 3ª (primeiro semestre de 1992). Em 2003, fiz vestibular de novo e entrei pra biologia. E foi aí, entre 2001 e final de 2002, que algumas grandes questões da 'vida, do Universo e tudo mais' começaram se tornar irresistíveis. E lendo vorazmente em livros e na Internet, comecei aquele fluxo de referências de um site levando a um livro, de um livro indicar outro, de um autor citar outro, até não se saber mais como se desenrolou a trajetória toda até alguma referência em particular. O enigma da vida existir em nosso Universo é uma das 'grandes questões da vida, do Universo e tudo mais', e o tema da evolução começou a tornar-se recorrente nas minhas leituras. Por fim, descobri o livro "O Gene Egoísta", do biólogo Richard Dawkins.

"So, I was already familiar with and (I’m afraid) accepting of, the view that you couldn’t apply the logic of physics to religion, that they were dealing with different types of ‘truth’. (I now think this is baloney, but to continue...) What astonished me, however, was the realization that the arguments in favor of religious ideas were so feeble and silly next to the robust arguments of something as interpretative and opinionated as history. In fact they were embarrassingly childish. They were never subject to the kind of outright challenge which was the normal stock in trade of any other area of intellectual endeavor whatsoever. Why not? Because they wouldn’t stand up to it. So I became an Agnostic. And I thought and thought and thought. But I just did not have enough to go on, so I didn’t really come to any resolution. I was extremely doubtful about the idea of god, but I just didn’t know enough about anything to have a good working model of any other explanation for, well, life, the universe and everything to put in its place. But I kept at it, and I kept reading and I kept thinking. Sometime around my early thirties I stumbled upon evolutionary biology, particularly in the form of Richard Dawkins’s books The Selfish Gene and then The Blind Watchmaker and suddenly (on, I think the second reading of The Selfish Gene) it all fell into place. It was a concept of such stunning simplicity, but it gave rise, naturally, to all of the infinite and baffling complexity of life. The awe it inspired in me made the awe that people talk about in respect of religious experience seem, frankly, silly beside it. I'd take the awe of understanding over the awe of ignorance any day."
- Douglas Adams


Alguns momentos parecem alterar o rumo de tudo o que vem a seguir, são os grandes momentos da vida. Como eu já disse lá no início, não passei por essa fase agnóstica, mas me identifico totalmente com o 'tesão' de finalmente entender (o "cair da ficha") sobre a importância, elegância e poder de explicação da teoria darwiniana de evolução por seleção natural. Não pode ser coincidência que evolução e ateísmo costumam andar juntos, pois uma coisa leva à outra. Como escreveu Richard Dawkins: "antes de Darwin, o ateísmo até poderia ser logicamente sustentável, mas que só depois de Darwin é possível ser um ateu intelectualmente satisfeito ('O Relojoeiro Cego', p.24-25). Terminado o livro, decidi que eu tinha que ser biólogo.

A memória deve ser ajudada sempre que possível: agendas, celulares e cantos de folha de caderno são bons meios de manter registros além das sinapses cerebrais. Comprei um livro indicado por um professor de bioquímica no 2º semestre da biologia: 'O Acaso e a Necessidade', de Jacques Monod. Houve um bom intervalo entre a dica, anotada no canto da folha do caderno, e a compra. O livro estava fora de impressão, de modo que o procurei para comprar e não achei. Eu chutaria que algo cerca de um ano depois encontrei o livro por acaso na livraria de usados, junto ao Xerox do DCE no campus do Vale: uma edição antiga, das Publicações Europa-América. Comprei sem hesitar e comecei a ler no mesmo dia. Minha memória era de que fora um livro muito bom, que costurava numa mesma linha de raciocínio evolução e biologia molecular, assuntos que me fascinaram durante a faculdade.

Algumas memórias vão-se esquecendo, mas um único e imprevisível estímulo pode reavivar todo um conjunto de memórias interligadas que parecia perdido. Dias atrás, separei alguns livros para levar à praia do Rosa, decisão que se mostrou muito acertada dada a quantidade de chuva que caiu por lá. Entre eles, 'O Acaso e a Necessidade', que me fez lembrar porque a evolução por seleção natural é uma teoria científica única dentre todas as elegantes e incríveis teorias que a ciência já desenvolveu. (Uma confirmação respeitável desse fato foi escutar Steven Weinberg, prêmio Nobel e autor dos livros de física mais fodas que eu já li, admitir isso - lá pelos 10:40.) E o livro do Jacques Monod me relembrou disso (no peculiar estilo francês), que 'O Gene Egoísta' foi o primeiro a me ensinar: como somente a teoria da evolução por seleção natural consegue a façanha de conciliar a visão de mundo naturalista, materialista e objetiva da ciência com o surgimento e a existência da complexidade impressionante de uma bactéria, planta, fungo, animal ou vírus.

As melhores memórias, dizem os de índole otimista como eu, ainda estão por serem vividas. Divisando logo ali um cume mais alto, renovo minha satisfação de ser biólogo, de ter o privilégio de entender alguma coisa sobre ciência e evolução e de poder trabalhar com isso. E posso dizer que nada disso foi graças a deus. Pelo contrário até.


"A biologia ocupa, entre as ciências, um lugar simultâneamente marginal e central. Marginal na medida em que o mundo vivo constitui apenas uma parte ínfima e muito "especial" do universo conhecido, de tal sorte que o estudo dos seres vivos não parece deva jamais manifestar leis gerais, aplicáveis além da biosfera. Mas se a ambição última de toda a ciência é bem outra, como creio, a de explicar a relação do homem com o universo, então será necessário reconhecer à biologia um lugar central, visto que é, de todas as disciplinas, aquela que tenta ir mais directamente ao cerne dos problemas que serão necessários ter resolvidos, antes de podermos formular os de "natureza humana" em outros termos que não os metafísicos."
- Jacques Monod