quarta-feira, 30 de junho de 2010

Persepolis


Já vinha namorando há algum tempo esse livro. Comprei. É uma história em quadrinhos auto-biográfica que abrange desde a infância até a vida adulta de Marjane Satrapi, que era uma menina de 10 anos quando estourou a Revolução Islâmica no Irã, e quando adolescente foi mandada pelos pais para a Europa durante 4 anos, mas retornou ao Irã depois. O estilo do desenho é bem simples e bonito, todo em preto e branco. E a história é muito boa também, excelente. Agora quero ver a animação que fizeram baseada no livro.

E foi impossível não lembrar da minha mãe, que quando vê filmes sobre o Oriente diz: "Como é bom ter nascido no Ocidente!" Por outro lado, fica nítido no livro o quanto nos apegamos ao nosso local de origem, pois apesar de toda liberdade que a protagonista goza na Europa, ela ainda se sente deslocada e tem vontade de voltar e de fato volta ao Irã... O velho dilema de ir morar em outro lugar, longe de casa. Bom, já faz mais de uma década que a autora mora na França, logo é possível sim que nossa terra natal seja tão opressiva/pobre/restrita que preferimos ir morar em outro lugar.

De qualquer modo, viva o Ocidente da democracia liberal, do estado de direito, dos direitos humanos, da igualdade entre os sexos, da liberdade de imprensa e - principalmente - da liberdade individual!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Psicologia de um vencido


de Augusto dos Anjos.

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.


Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Clipe do Dia n° 105



Neil Young e Pearl Jam. Demais.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Wonder Week


Inicia-se hoje, e culmina na segunda-feira próxima.

Crença

O que Angelina Jolie, Ingmar Bergman, Fidel Castro, Katharine Hepburn, Larry Flynt, Björk, Bill Gates, John Malkovich, Juliane Moore, Jack Nicholson, Brad Pitt e Eddie Vedder têm em comum? www.celebatheists.com

 

Na verdade, o ateísmo é extremamente simples de definir: é a crença de que não existe Deus ou deuses. (Daqui em diante, eu irei falar simplesmente de crença em Deus, mas os argumentos desse livro se aplicam igualmente às crenças monoteístas e politeístas.) Contudo, muitas pessoas acreditam que os ateus acreditam que não existe Deus e nem moral; ou que não existe Deus e nem sentido para a vida; ou novamente que não existe Deus nem bondade humana. Como veremos mais tarde, nada impede os ateus de acreditarem na moral, no sentido da vida, ou na bondade humana. O ateísmo só é intrinsecamente negativo quando se trata da crença em Deus. Ele é tão capaz de uma visão positiva sobre os outros aspectos da vida quanto o é para qualquer outra crença.

Trecho do livro que comprei por acaso há alguns anos na Cultura: 'Atheism: a very short introduction', do filósofo Julian Baggini (que tem um blog bem legal).



Nunca tive nenhuma influência para acreditar em qualquer religião dentro da minha família. Não havia campanha contra nem a favor: era algo que simplesmente não estava presente no dia-a-dia. Nas séries iniciais do 1º grau, minha mãe pediu para que eu não assistisse às aulas de religião na escola, que era pública. Então, toda semana, na hora da aula de religião, eu me retirava sozinho da sala e passava um período na biblioteca. Ela me contou que certo dia eu pedi para assistar à aula, e ela deixou. Fora a capela com uma estátua de Jesus Cristo no saguão de entrada da escola - uma visão fascinante pra um piá devido à solenidade do lugar - essa foi minha única experiência com religião na infância.

E assim, sem que eu sofresse qualquer tipo de proselitismo, virei quase que naturalmente um ateu. Na realidade, é um verbo inadequado para descrever o processo: o mais correto seria dizer que quando de fato me dediquei ao assunto, ali pela pré-adolescência, me descobri ateu. Só posteriormente fui "desafiar" essa minha crença e buscar os argumentos pró e contra essa posição. Até hoje não encontrei nenhum argumento convicente para acreditar em deus: pelo contrário, só encontrei bons argumentos para não acreditar nele.

E é óbvio que essa descrença não muda em nada a capacidade de alguém sentir amor, piedade e compaixão, e muito menos desse alguém ser feliz e buscar uma vida plena. Deus não tem absolutamente nada a ver com essas coisas, eu garanto.

Clipe do Dia nº 104



Um música a mais do Black Rebel Motorcycle Club nunca é demais.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Aaaah, Itáááália!



Que beleza: Itália e França fora da Copa na 1ª fase! É, meu amigo, não tem mais bobo no futebol.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

De volta aos pagos


Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
levará você de mim

Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
E todo grande amor
Só é grande se for triste

Por isso, meu amor,
Não tenho medo de sofrer
Pois todos os caminhos
Me encaminham a você

Assim como o oceano
Só é belo com o luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar

Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer

Assim como viver sem teu amor
Não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!


Outra do Vinicius.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Omics fever

 
O sufixo mais usado e abusado da biologia molecular: genoma, transcriptoma, proteoma, metaboloma, ionoma, interatoma, quinoma, metaloma, conectoma, reguloma, fenoma, membranoma, fluxoma, ad infinitum? Ciência também é marketing: cunhar um catchy name para seu campo de estudo pode fazer toda a diferença. Lá no laboratório, já inventamos novos omics pra ir treinando: estressoma, epidermoma, transportoma, sinaloma, degradoma, e o pai de todos, o blefoma, que consiste em todo o conjunto de blefes usados pelos biólogos moleculares.

Clipe do Dia nº 103



Judeu me contou que vai ter show do Soundgarden lá perto de onde ele tá. Se não for, é rosca.

San Francisco


Lembranças estranhas nessa noite nervosa em Las Vegas. Cinco anos depois? Seis? Parece uma vida inteira, ou no mínimo uma Grande Era – o tipo de auge que nunca mais volta. San Francisco na metade dos anos 60 era um lugar muito especial para estar, em um tempo muito especial para viver. Talvez tenha significado algo. Talvez não, no fim das contas... mas nenhuma explicação, nenhuma combinação de palavras, músicas ou lembranças é comparável à sensação de saber que você esteve lá, que viveu naquela parte do mundo durante aquele momento. Seja lá o que isso tenha significado...

História é um assunto nebuloso, por todas as merdas que acabam incluídas mais tarde. Mas, mesmo sem podermos ter nenhuma certeza sobre a "história", parece bastante sensato imaginar que, vez ou outra, a energia de uma geração inteira atinge o seu ápice num instante magnífico e duradouro, por motivos que na época ninguém compreende por inteiro – e que, em retrospecto, nunca explicam o que realmente aconteceu.


(...) 

Havia loucura rolando por todos os lados, a qualquer hora. Se não estivesse rolando do outro lado da baía, estava rolando depois da Golden Gate ou descendo a 101 até Los Altos ou La Honda... Era possível ficar louco em qualquer lugar. Todos compartilhavam uma sensação fantástica de que estávamos fazendo algo correto, mesmo sem saber o que era... sentíamos que estávamos vencendo...
 

E acho que essa foi a armadilha – essa sensação de vitória inevitável sobre as forças do Antigo e do Maligno. Não num sentido cruel ou militar; não precisávamos disso. Nossa energia simplesmente prevaleceria. Lutar não fazia sentido – tanto no nosso lado como no deles.  Aquela era nossa hora; estávamos na crista de uma onda imensa e linda...
 

E agora, menos de cinco anos mais tarde, basta subir um morro íngreme em Las Vegas e olhar para o Oeste com a predisposição adequada para quase enxergar a marca da maré – o lugar onde aquela onda enfim quebrou e se retraiu.



Odeio aquelas revistarias de aeroporto e de shopping center: elas têm muitas revistas, jornais, livros de auto-ajuda & religião & negócios, os best-sellers, além de outras publicações desinteressantes. Mas na minha segunda ida ao aeroporto na sexta-feira última, entrei na revistaria do aeroporto e em menos de dez segundos bati o olho num livro da L&PM pocket de capa toda em vermelho e amarelo. Já tinha visto o filme, que foi feito em 1998, dirigido pelo ex-Monty Python Terry Gilliam e estrelando Johnny Depp e Benicio del Toro. Na contracapa do livro, vejo que a tradução era do Daniel Pellizzari. Comprei na hora: um texto que atrai tanta gente boa, não poderia ser ruim. E de fato, não é: 'Medo e Delírio em Las Vegas', do jornalista Hunter S. Thompson, é ótimo. Ainda não terminei. Gostei desse trecho acima, e quando fui procurar sobre o livro descobri (por coincidência) que esse é trecho é conhecido como the wave speech [o discurso da onda]: a parte preferida do autor e a mais citada do livro. (Trilha sonora para esse texto.)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Inverno


Inverno, doce inverno das manhãs
Translúcidas, tardias e distantes
Propício ao sentimento das irmãs
E ao mistério da carne das amantes:

Quem és, que transfiguras as maçãs
Em iluminações dessemelhantes
E enlouqueces as rosas temporãs
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?

Por que ruflaste as tremulantes asas
Alma do céu? o amor das coisas várias
Fez-te migrar - inverno sobre casas!

Anjo tutelar das luminárias
Preservador de santas e de estrelas...
Que importa a noite lúgubre escondê-las?


Poesia do Vinicius, ilustração do Mucha.

Futebol sul-americano


Eu sempre achei que o futebol sul-americano é o melhor do mundo: tira os estrangeiros dos times europeus e vê o que que sobra... Mas nessa Copa, os sul-americanos tão se puxando: após as duas primeiras rodadas, as cinco seleções da Conmebol são líderes de seus grupos. Argentina e Brasil já estão matematicamente classificados, Chile e Paraguai estão quase lá. Eu diria que só o Uruguai ainda não tá com a classificação bem encaminhada, mas está com boas chances também. E o México, um sul-americano honorário, também está quase nas oitavas.

Clipe do Dia nº 102



Guns 'n' Roses na época boa. Gostava do Axl que ele tocava terror, fazia altas merda, xingava jornalista, brigava com o Kurt Cobain e a Courtney Love, pulava do palco pra bater nos fãs, cancelava os shows e foda-se. Era um grande fanfarrão. Acho legal esses astros porra-lôca da música. Pobre daqueles que tinham que segurar as encrencas causadas por ele.

WW is back!


Que orgulho da Morena: cheia de propostas de trabalho. Isso que dá ser fodástica.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 101



Eu pagaria 300 pila pra ver um show do Sonic Youth, caso fosse garantido que eles tocassem essa música.

Clipe do Dia nº 100



Dica da Mari.

Bansky Pet Store



Dica do Grimm. Eu, um vegetariano frustrado, só podia achar sensacional.

Revival


Ontem encontrei um amigo de longa data, que eu não via há muito tempo. Sabe quando tu não precisa elogiar por civilidade? Quando tu elogia o trabalho com sinceridade total. Então: foi assim. Vi esses quadros que ele fez pro Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS (um dos museus de ciências mais legais que eu já fui), e pra minha supresa os quadros têm árvores filogenéticas! Acho que vou encomendar um pra mim. De repente botar um arroz também...

Se foi nosso Nobel...

Factos são factos, e este, quer se queira, quer não, pertence à ordem dos incontornáveis.

 


Que tristeza. Ao invés de morrer um Evo Morales, um Hugo Chávez, um Mahmoud Ahmadinejad, um Paulo Coelho... Por essas e outras que eu me alinho ao nosso querido portuga na questão da existência de deus(es).

Fui ensolarado

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Oba, lá vem ela


Amanhã ela vai pegar seu jato invisível e vem pra nos agraciar com sua presença morena.

Clipe do Dia nº 99



Pelo menos, pra compensar, têm outras coisas que me deixam 'alright'.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Clipe do Dia n° 98



Cara, tem coisas que me deixam tão animado quanto o pessoal do clipe.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estreia


Hoje é a estreia da Seleção na sua 19ª Copa do Mundo de Futebol, na condição de único país a participar de todas as edições: ganhamos cinco e vamos buscar o sexto lá na África do Sul. E o melhor: com o Dunga contestado por toda a imprensa centro-brasileira. Já vi esse filme antes: tanto em 1994, quanto em 2002, a quasi-acéfala imprensa esportiva do eixo Rio-São Paulo baixava o sarrafo na Seleção e deu no que deu.

Considerando os jogos até agora, o nível técnico da Copa tá tenebroso. Só a Alemanha apresentou um futebol bonito de se ver, o que dá pra ser dizer surpreendente dado o histórico de futebol feio-mas-eficiente dos germânicos. E afora alguns momentos da Argentina e da Holanda, tá feia a coisa. É hora do Brasil golear a Coreia do Norte pra tocar terror nessas outras seleções cagadas. Acho que o Brasil tem excelentes chances de ganhar essa parada.

Minha primeira lembrança de Copa do Mundo é o gol do Cannigia que eliminou o Brasil nas oitavas-de-final da Copa da Itália, em 1990. E na verdade é a única lembrança que eu tenho daquela Copa, além do Amarelinho. Ou seja, das quatro Copas que de fato eu acompanhei, o Brasil chegou na final em três e ganhou duas.

Clipe do Dia nº 97



Aparentemente, na minha época de colégio houve uma certa onda de surf rock australiano (e.g., GANGgajang, Hoodoo Gurus, Midnight Oil, Spy vs. Spy, Men at Work, etc.), uma onda que eu deixei passar por sinal. Quer dizer, sempre se escutava alguma coisa no rádio ou na casa de um amigo, mas nunca tinha prestado muita atenção. Faz poucos meses resolvi sanar esse problema e comecei baixando uma coletânea do Hoodoo Gurus. Excelente.

Austrália que poderia muito bem ter se contentado só com o AC/DC, também produziu Silverchair, The Vines, Jet e Wolfmother. Um dia eu hei de conhecer esse país...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 96

 

Essa banda é algo. Southern rock na veia!

domingo, 13 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 95



Amigo(a) é aquela coisa: tu gosta e ponto. Ainda bem que eles existem.

sábado, 12 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 94



Punk niilista em homenagem ao Alemão.

Copa do Mundo


É o evento esportivo mais espetacular e fodástico que se tem pra ver. Como disse o Judeu, deveriam ser declaradas férias no mundo todo durante a Copa.

Vou torcer para o Brasil, é lógico, mas também simpatizo com a Alemanha (pela discreta eficiência) e a Holanda (a seleção que mais merece entrar para o exclusivo clube de campeões do mundo). E também vou torcer contra a Argentina (que parece estar com um baita time, mas como eu sempre digo: 'quem não tem rival aproveita o futebol pela metade') e a França (pelo modo escuso que se classificaram, pela soberba e pelas vitórias sobre o Brasil em 1998 e 2006).

Feliz dia dos namorados


Amo: Priscilla Simões Dias Casagrande.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sabe?



Sabe aqueles dias em que tudo parece estar errado? Te dá uma raiva de tudo e de todos? Dá vontade de mandar tudo à merda, e só não dá vontade de fazer como o Alex Supertramp e se afastar ao máximo de qualquer ser humano porque a natureza selvagem consegue a incrível façanha de ser pior ainda do que estar entre os humanos. Tudo parece um lixo, e nada se salva. Esse país cagado em que nós vivemos, onde todo mundo sacaneia todo mundo, seja furando uma fila ou superfaturando o mais novo e majestoso prédio do Judiciário brasileiro. E o mais interessante é que na hora de reclamar dos outros, ninguém presta atenção ao seu próprio rabo, que a essa hora está bem preso na lama toda. Esse sistema econômico perverso no qual um punhado de filhos da puta nasce com o cu virado pra Lua e nunca vai ter que construir nada porque seu pai conseguiu explorar seus pares antes deles virem ao mundo. Direita escrota que não tá nem fudendo pro sofrimento alheio, desde que o lucro continue entrando. Enquanto isso, uma multidão de ignorantes, pobres e crédulos seguem no seu círculo vicioso de cometer os mesmos erros de seus pais: procriar como coelhos, não ter renda suficiente para dar de comer aos filhos e ainda assim conseguir desperdiçar a miséria que têm contraindo empréstimos, pagando o dízimo ou bebendo cachaça. Esquerda de merda que deveria defender os pobres, mas só os vê como escada para o poder. E a nossa província, cujas façanhas deveriam servir de modelo a toda terra? Está rumo à falência, à margem dos acontecimentos, mas apesar de tudo isso mantém a soberba de se achar o estado mais politizado e culto do país. Mas o pior de tudo, o pior de tudo é a tristeza de dar-se conta de que a grande e esmagadora maioria da humanidade é composta por imbecis. E nessa hora surge um desejo de que Deus existisse mesmo: ao menos teríamos quem culpar.

Bom, não é um desses dias que estou vivendo: é mais pra desânimo mesmo. O bom é que passa.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Clipe do Dia n° 93



Minha vó escutava, e eu escutava por tabela. Muito bom.

Na Natureza Selvagem


Sexta-feira passada, fui ver com minha irmã o ótimo documentário 'Elevado 3.5' no Espaço Unibanco de Cinema, na rua Augusta. O documentário entrevista alguns moradores dos arredores do famigerado Minhocão, que o prefeito Kassab quer por abaixo. Quando o filme terminou, ficamos um tempo ilhados no cinema porque começou a tradicional chuva paulistana. Fuçando na livraria para matar um tempo, me deparo com o livro 'Na Natureza Selvagem', do jornalista Jon Krakauer. Eu já tinha visto o filme e gostado bastante, e também já tinha lido um livro do mesmo autor - 'No Ar Rarefeito' - sobre um trágico dia de escalada ao Monte Everest. Comprei o livro.

Terminei o livro e fui rever o filme, e que dá pra se dizer estar bem fiel à sua fonte. Pra quem nem viu e nem leu, o filme conta os últimos anos da vida de Christopher McCandless, que depois de se formar na universidade, doa todo dinheiro do seu fundo escolar, destrói seus documentos, inventa um novo nome - Alexander Supertramp - e sai perambulando pelos Estados Unidos sem dar notícia alguma para sua família. O guri era inteligente, mas cultivava a idéia de que a sociedade era uma farsa, e provocava a indolência, o cinismo e o comodismo nas pessoas ao seu redor. Especula-se que essas idéias ganharam mais força quando descobriu que seu pai tinha dois lares, o que acabou por redefinir ele e sua irmã como filhos bastardos.

Nas suas andanças, ele convive com diversas pessoas nas quais causa um grande impacto emocional, inclusive no momento em que sente a 'comichão' nos pés e segue seu rumo, sem olhar muito pra trás. Ao final de dois anos, ele resolve realizar a grande aventura de viver sozinho no Alasca. Alex/Chris encontra o ônibus abandonado, que virou a imagem-símbolo do filme, onde se instala e sobrevive por aproximadamente 112 dias. A causa da morte dele ainda é motivo de alguma controvérsia, mas hoje em dia acredita-se que o mais provável é que ele tenha simplesmente morrido de fome.

A triste ironia é que aparentemente ele tinha feito às pazes com a convivência humana (ou estava passando fome?) e tentou voltar para a civilização, mas o pequeno e calmo rio que ele havia atravessado alguns meses antes estava com um aporte de água muito maior devido ao derretimento das geleiras, impossível de atravessar a pé. Morreu por um misto de fortes crenças e despreparo para a vida selvagem.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 92



Uma música que lembra a Morena por vários motivos. Primeiro, uma camiseta linda dos Beatles, que ela me deu de presente e também se deu de presente. Segundo, a letra: I'm in love with her and I feel fine. Terceiro, fico bobo quando ela está por perto, faltam palavras para descrever o sentimento, o Cosmos se resume àquela presença, àquele corpo e àquela voz, e nessa hora empatizo com as fãs beatlemaníacas de então que quase morriam quando o Fab Four aparecia.

Sampa

 

Traduttore traitore. Tradução é um processo espinhoso, porque as palavras têm conotações e nuances que às vezes não são transpostas com exatidão de um idioma para outro. Uma expressão que eu sempre me lembro é wishful thinking, que significa acreditar em algo não de acordo com motivos racionais, mas sim de acordo com o que se deseja que aconteça. É como quando o Homer Simpson volta pra faculdade, e os colegas nerds dele perguntam o que ele vai fazer no dia da prova final, e ele responde: "Vou me esconder debaixo de umas cobertas e torcer para que tudo dê certo." Ou quando eu penso que a Morena vai voltar hoje pra Porto Alegre. OK, toda essa digressão para dizer que São Paulo me deixou com mixed feelings, que poderia formalmente ser traduzido como ambivalência.

A cidade é incrível, um mosaico dinâmico de concreto armado habitado por uma quase infinidade de pessoas. A cidade exala dinheiro, com muitas opções para ganhá-lo e gastá-lo (Da força da grana que ergue e destrói coisas belas, cantou Caetano). Os guias de programação para o final de semana do Estadão e da Folha são um disbunde, até mesmo para padrões porto-alegrenses, que pelo tamanho da cidade tem uma boa programação gastro-artístico-cultural. Me chamou atenção a educação das pessoas e o bom atendimento em museus, restaurantes e lojas, além da variabilidade humana - pessoas de todos os tipos são encontradas. Tudo bem, minha amostra pode ser enviesada, afinal fiquei circulando mais por bairros nobres, e exatamente nos dias antes, durante e depois da Parada Gay. Enfim...

Os paulistas, como bons brasileiros, adoram desdenhar sua própria cidade: dizem que lá não se tem qualidade de vida, o que tem o seu fundo de verdade: movimentar-se pela cidade é um transtorno, e chega um momento em que não se agüenta mais ver gente e enfrentar filas. Mas eu, no cômputo geral, apesar de todos pesares, posso dizer que gosto de São Paulo: não acalento sonhos utópicos de que um dia quero morar no mato. Gosto do urbano, e nada mais urbano no Brasil que São Paulo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Band of Brothers



Que série fodástica essa. Em geral, não tenho muita paciência pra essas séries de TV porque precisa se gastar muito tempo pra ver todos episódios. Helião me emprestou os DVDs do 'Band of Brothers', que é uma minissérie sobre a Easy Company (2nd Battalion, 506th Parachute Infantry Regiment, 101st Airborne Division, United States Army) produzida pelo Tom Hanks e pelo Steven Spielberg. Achei que ia devolver depois de ver um ou dois episódios e ficar com preguiça de ver o resto. Que nada: vi o primeiro episódio e viciei. O bagulho brinca de ser bom. Faltam quatro episódios pra eu terminar.

Clipe do Dia n° 91



Música sensacional. Músicos sensacionais. Esse show é sensacional. Não sei onde foi parar esse meu DVD. Vou ter que comprar de novo.

Na contagem regressiva...


Amor, cuántos caminos hasta llegar a un beso,
qué soledad errante hasta tu compañía!
Siguen los trenes solos rodando con la lluvia.
En Taltal no amanece aún la primavera.

Pero tú y yo, amor mío, estamos juntos,
juntos desde la ropa a las raíces,
juntos de otoño, de agua, de caderas,
hasta ser sólo tú, sólo yo juntos.

Pensar que costó tantas piedras que lleva el río,
la desembocadura del agua de Boroa,
pensar que separados por trenes y naciones

tú y yo teníamos que simplemente amarnos,
con todos confundidos, con hombres y mujeres,
con la tierra que implanta y educa los claveles.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Clipe do Dia nº 90



Banda daqui. No aguardo do disco novo. Dica da Morena.