domingo, 2 de maio de 2010

O Cara


Rubem Fonseca é o cara. Em duas páginas ele ultrapassou 'Capitães de Areia' do Jorge Amado nas minhas prioridades de leitura. Pensei que talvez 'O Seminarista' pudesse ser um daqueles livros desgastados de um autor consagrado repetindo a mesma fórmula dos livros anteriores. Realmente, é a mesma fórmula de livros anteriores, mas o cara continua excelente. Tal qual o Borges, a escrita passa um credibilidade que parece uma história real. Tal qual o Borges, demonstra que um conto pode valer mais que um calhamaço de páginas. E tal qual o Tarantino, faz da violência algo fascinante.

Ao contrário do 'Capitães de Areia', que parece uma novela da Globo, com os personagens bem estereotipados e uma história relativamente prevísivel. E pra piorar, ainda sofre daquela visão romântica do marginal e crítica das elites, típica de obras feitas por comunistas ortodoxos.

Num espaço de poucas páginas, o personagem principal do livro diz que escuta rock no MP3 player dele, está lendo 'The God Delusion' do Richard Dawkins, tem quase tudo do Kubrick, e gosta de vinho tinto. Mais além, ele diz que é ateu. Identificação quase total: não tenho MP3 player e nunca fui matador profissional...

2 comentários:

Pree disse...

O livro certo pro CARA certo!
Não?!

Ci disse...

E nem é apaixonado por uma alemã, né?!

Meu pai disse q não entende como eu posso ler um livro q pinga sangue... bom, eu gosto de sangue! Hahahahhahaa