sábado, 18 de setembro de 2010

Saiu na PNAS


A teoria [recalibracional da raiva] propõe que a raiva é produzida por um programa neurocognitivo moldado pela seleção natural para o uso de táticas de barganha para resolver conflitos de interesse em favor do indivíduo raivoso. O programa é desenhado para orquestrar duas táticas de negociação interpessoal (condicionalmente infligir custos e condicionalmente reter benefícios) para incentivar o alvo da raiva a colocar maior peso no bem-estar do indivíduo raivoso. Indivíduos com melhores habilidades em infligir custo (e.g., indíviduos fortes) ou para conferir benefícios (e.g., indíviduos atrativos) têm uma melhor posição de barganha nos conflitos; portanto, foi predito que tais indivíduos terão maior propensão à raiva, prevalecem mais em conflitos de interesse e se consideram qualificados por direito a um melhor tratamento. Essas previsões foram confirmadas. Consistente com uma análise evolutiva, o efeito da força sobre a raiva foi maior para os homens e o efeito da atratividade sobre a raiva foi maior para as mulheres.

Às vezes, a ciência não é tão contra-intuitiva assim.

Fonte: Sell, A, Tooby, J, Cosmides, L (2009) Formidability and the logic of human anger. Proceedings of the National Academy of Sciences, 106(35): 15073-15078.

2 comentários:

Luiz Augusto disse...

Sensacional! É a clássica teoria da TRETA só que em expressões complexas! HEHEHEH!

Pree disse...

Me enquadro num dos indíviduos...