quarta-feira, 9 de junho de 2010

Na Natureza Selvagem


Sexta-feira passada, fui ver com minha irmã o ótimo documentário 'Elevado 3.5' no Espaço Unibanco de Cinema, na rua Augusta. O documentário entrevista alguns moradores dos arredores do famigerado Minhocão, que o prefeito Kassab quer por abaixo. Quando o filme terminou, ficamos um tempo ilhados no cinema porque começou a tradicional chuva paulistana. Fuçando na livraria para matar um tempo, me deparo com o livro 'Na Natureza Selvagem', do jornalista Jon Krakauer. Eu já tinha visto o filme e gostado bastante, e também já tinha lido um livro do mesmo autor - 'No Ar Rarefeito' - sobre um trágico dia de escalada ao Monte Everest. Comprei o livro.

Terminei o livro e fui rever o filme, e que dá pra se dizer estar bem fiel à sua fonte. Pra quem nem viu e nem leu, o filme conta os últimos anos da vida de Christopher McCandless, que depois de se formar na universidade, doa todo dinheiro do seu fundo escolar, destrói seus documentos, inventa um novo nome - Alexander Supertramp - e sai perambulando pelos Estados Unidos sem dar notícia alguma para sua família. O guri era inteligente, mas cultivava a idéia de que a sociedade era uma farsa, e provocava a indolência, o cinismo e o comodismo nas pessoas ao seu redor. Especula-se que essas idéias ganharam mais força quando descobriu que seu pai tinha dois lares, o que acabou por redefinir ele e sua irmã como filhos bastardos.

Nas suas andanças, ele convive com diversas pessoas nas quais causa um grande impacto emocional, inclusive no momento em que sente a 'comichão' nos pés e segue seu rumo, sem olhar muito pra trás. Ao final de dois anos, ele resolve realizar a grande aventura de viver sozinho no Alasca. Alex/Chris encontra o ônibus abandonado, que virou a imagem-símbolo do filme, onde se instala e sobrevive por aproximadamente 112 dias. A causa da morte dele ainda é motivo de alguma controvérsia, mas hoje em dia acredita-se que o mais provável é que ele tenha simplesmente morrido de fome.

A triste ironia é que aparentemente ele tinha feito às pazes com a convivência humana (ou estava passando fome?) e tentou voltar para a civilização, mas o pequeno e calmo rio que ele havia atravessado alguns meses antes estava com um aporte de água muito maior devido ao derretimento das geleiras, impossível de atravessar a pé. Morreu por um misto de fortes crenças e despreparo para a vida selvagem.

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