segunda-feira, 28 de junho de 2010

Crença

O que Angelina Jolie, Ingmar Bergman, Fidel Castro, Katharine Hepburn, Larry Flynt, Björk, Bill Gates, John Malkovich, Juliane Moore, Jack Nicholson, Brad Pitt e Eddie Vedder têm em comum? www.celebatheists.com

 

Na verdade, o ateísmo é extremamente simples de definir: é a crença de que não existe Deus ou deuses. (Daqui em diante, eu irei falar simplesmente de crença em Deus, mas os argumentos desse livro se aplicam igualmente às crenças monoteístas e politeístas.) Contudo, muitas pessoas acreditam que os ateus acreditam que não existe Deus e nem moral; ou que não existe Deus e nem sentido para a vida; ou novamente que não existe Deus nem bondade humana. Como veremos mais tarde, nada impede os ateus de acreditarem na moral, no sentido da vida, ou na bondade humana. O ateísmo só é intrinsecamente negativo quando se trata da crença em Deus. Ele é tão capaz de uma visão positiva sobre os outros aspectos da vida quanto o é para qualquer outra crença.

Trecho do livro que comprei por acaso há alguns anos na Cultura: 'Atheism: a very short introduction', do filósofo Julian Baggini (que tem um blog bem legal).



Nunca tive nenhuma influência para acreditar em qualquer religião dentro da minha família. Não havia campanha contra nem a favor: era algo que simplesmente não estava presente no dia-a-dia. Nas séries iniciais do 1º grau, minha mãe pediu para que eu não assistisse às aulas de religião na escola, que era pública. Então, toda semana, na hora da aula de religião, eu me retirava sozinho da sala e passava um período na biblioteca. Ela me contou que certo dia eu pedi para assistar à aula, e ela deixou. Fora a capela com uma estátua de Jesus Cristo no saguão de entrada da escola - uma visão fascinante pra um piá devido à solenidade do lugar - essa foi minha única experiência com religião na infância.

E assim, sem que eu sofresse qualquer tipo de proselitismo, virei quase que naturalmente um ateu. Na realidade, é um verbo inadequado para descrever o processo: o mais correto seria dizer que quando de fato me dediquei ao assunto, ali pela pré-adolescência, me descobri ateu. Só posteriormente fui "desafiar" essa minha crença e buscar os argumentos pró e contra essa posição. Até hoje não encontrei nenhum argumento convicente para acreditar em deus: pelo contrário, só encontrei bons argumentos para não acreditar nele.

E é óbvio que essa descrença não muda em nada a capacidade de alguém sentir amor, piedade e compaixão, e muito menos desse alguém ser feliz e buscar uma vida plena. Deus não tem absolutamente nada a ver com essas coisas, eu garanto.

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